terça-feira, 18 de setembro de 2012

Rancho exemplo de turismo rural

O último domingo, dia 16, foi um dia especial para os participantes da Missão Técnica do Sistema da Federação da Agricultura e Pecuária (FAMATO) aos Estados Unidos. A comitiva visitou o rancho Circle View Guest Ranch, localizado na região da Badlands, do estado de Dakota do Sul. A visita foi umaoportunidade para os integrantes conversarem com produtores que, além de administrar o dia a dia da pecuária, exercem a hotelaria.

A propriedade existe desde 1916, mas a atividade hoteleira começou em 2000. Hoje, para a família - Philip Kruse e Amy Kruse, e seus três filhos Katie (4 anos), Jacob (3) e Russel (2)- a hotelaria rende mais do que as 160 cabeças de vacas e seus bezerros da raça Angus. Segundo Philp, de maio até agosto, a taxa de ocupação dos quartos alcança 90%. É um exemplo de turismo rural que merece ser “copiado” em Mato Grosso.

Assim como no Brasil, um produtor como Philp não consegue sobreviver somente da pecuária e, em função disso, investiu no turismo rural. A margem de lucro dos pecuaristas, tanto americanos como brasileiros, está diminuindo. No passado, um produtor que tinha 500 vacas possuía um bom padrão de vida. Hoje, essa realidade não é a mesma.

O rancho possui aproximadamente 1,1 mil hectares. No verão, Philp e seus quatro irmãos, que moram próximos, também produzem feno de alfafa numa área em torno de 140 hectares. Este ano, em especial, a produção de feno foi uma atividade rentável por conta da seca. A falta de alimentos para o rebanho triplicou o preço do feno na região.

Philp explicou que os bezerros machos são vendidos aos seis meses de idade por um preço que varia de acordo com o peso. Neste ano, a comercialização girou em torno de US$ 800,00 por bezerro (R$ 1,7 mil), pois eles estavam menos pesados devido à estiagem. Em outros anos, o preço chegou a US$ 1.000,00. Em Mato Grosso, um bezerro de desmama, por exemplo, foi vendido em 2012 por volta de R$ 620,00.

Neste ano, motivados pela restrição de pastagem por conta da estiagem, Philp e os irmãos arrendaram aproximadamente 5,5 mil hectares de pasto numa reserva ecológica do governo. Eles pagam US$ 2,50 por unidade animal (450 quilos). O arrendamento começou dia 1º de junho e acabou exatamente no dia em que nos hospedamos no rancho. Esta prática é bastante comum entre os fazendeiros americanos, tanto que na reserva o governo mantém vários pastos cercados, divididos, para arrendar aos demais produtores. Em Mato Grosso é impossível atotar essa prática numa reserva ecológica.







Outro detalhe que merece destaque é que, em média, apenas 2% das vacas dão prenhes negativa e são imediatamente vendidas ao frigorífico. Em Mato Grosso, a taxa de prenhes média gira em torno de 70%. No rancho, o manejo reprodutivo do rebanho é feito todo ano após a estação de monta, realizando-se o diagnóstico de prenhes.

Uma das coisas que chamou nossa atenção foi a forte estiagem dessa região. Os pastos estão muito secos. No rancho, o rio que fornece água aos animais está seco. Mas, segundo Philp, é normal o rio secar a cada 10 anos. A última seca ocorreu em 2005. Nesse período de estiagem, a água fornecida aos animais é oriunda de um poço. Conforme o proprietário, a água é de fácil acesso por que o lençol freático da região é superficial.







O rio na propriedade este ano secou por conta da forte estiagem.

A casa do rancho possui 11 quartos. A diária gira em torno de US$ 115,00 (R$ 240,00) por apartamento, com direito a café da manhã. Certamente passar uma temporada neste rancho é uma experiência ímpar e uma prova de que o turismo rural dá certo e pode ser muito rentável para os produtores.



fonte:http://www.sondabrasil.com.br/new.asp?cod=20677&dpto=1

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